O que é a Leishmaniose?
A Leishmaniose é uma doença causada por um protozoário chamado Leishmania, que é transmitido pela picada de um inseto chamado flebótomo (popularmente conhecido como mosquito-palha). É o mosquito que transmite a doença de um animal para outro. É uma doença que afeta principalmente cães (mas também animais silvestres e urbanos, como ratos) e humanos (principalmente crianças com desnutrição, idosos imunosuprimidos e , atualmente, pessoas com AIDS).
Não se pega Leishmaniose de cães ou outros animais, só pela picada do mosquito.
Sintomas
Quais são os sintomas da Leishmaniose nos cães?
São muito variáveis. O cão pode apresentar emagrecimento, perda de pelos, gânglios inchados, fraqueza, feridas, crescimento exagerado das unhas, úlceras nos olhos e anemia. Também há sintomas nos órgãos internos, como o crescimento de fígado e outras alterações.
Porém, alguns destes sintomas são comuns a OUTRAS doenças bem menos graves e bem mais comuns como a sarna e a erlichiose (doença do carrrapato). Por isso, um cão que está magro e sem pelo, ou que perde peso e fica fraco, não está necessariamente com Leishmaniose!!
O diagnóstico preciso só pode ser feito por médico veterinário, que combina exames de sangue e clínicos para chegar a uma conclusão. Muitos animais têm sido abandonados só porque aparentam estar doentes e isso, além de cruel, é péssimo para o controle da doença.
O primeiro passo é a prevenção!
Prevenção
Saiba o que você pode fazer para prevenir a doença em cães e humanos.
O mosquito-palha gosta de matéria orgânica (lixo, folhagem úmida, restos de comida ou jardim) e de escuro. Limpe bem o arredor da sua casa e não deixe acumular restos de comida, folhagem, fezes de animais, etc. O mosquito, que salta como uma pulguinha e pousa de asas abertas, é mais ativo ao entardecer e à noite. Por isso, é importante usar telas e redes nos locais de dormir de pessoas e seus cães, trazê-los para dentro de casa ou canis telados à noite e usar e coleiras ou líquidos repelentes nos cães.
Os produtos disponíveis no mercado que protegem contra a picada do mosquito são:
- Coleira Scalibor
- Pulvex pour-on
- Advantage Max 3
Há ainda a opção de se usar o produto mais barato, Cyperpour-on, principalmente para quem tem muitos cães, no pelo, e não na pele, de acordo com o protocolo sugerido pelo Professor Dr. André Fonseca. 1
A coleira, em particular, além de repelir o inseto, causa a morte daqueles que picam, portanto, é uma importante arma contra a doença.
Banhos com sabão diminuem a eficácia dos produtos, porque eles dependem da oleosidade na pele do animal para funcionarem: diminua os banhos, substitua os banhos por escovadas e/ou use nenhum ou menos sabão. Tome cuidado especial entre banhos!
Cobre do Governo o recolhimento pronto do lixo, e o controle sanitário de lixões. Enquanto tivermos áreas com lixões e “liixnhos”a céu aberto, o mosquito estará sendo “convidado” a ficar entre nós!
Outra medida importante: vacine seus cães !
A Vacina
Existe vacina para cães?
SIM, a Leishmaniose pode ser prevenida no cães pelo uso da vacina Leishmune, felizmente já disponível em clínicas veterinárias no DF. Estudos demonstram que a vacina protege entre 90-97% os cães da Leishmaniose. Esta é uma cobertura superior à oferecida pela maioria das outras vacinas disponíveis no mercado. Estudos também apontam o BLOQUEIO de transmissão da doença, ou seja, o mosquito que pica o cão vacinado deixa de ser transmissor, o que é importante para o controle da doença.
Mas a vacina não é contra-indicada pelo Ministério da Saúde?
Como é administrada a vacina?
Primeiro realiza-se um exame clínico e um exame laboratorial ( sorológico) para detectar que o cão não está soropositivo antes de ser vacinado. Depois o cão recebe três doses sucessivas da vacina, com 21 dias de intervalo entre cada uma. Caso venha a ser testado depois e aprensentar exame positivo ( porque ao ser vacinado ele desenvolve anticorpos contra a Leishmania), o laudo anterior e a vacinação são apresentados para mostrar que a reação é devido à vacina e não à doença.
Mesmo o cão vacinado deve usar repelente!!!
O Tratamento
Existe tratamento para Leishmaniose canina?
Sim. Vários médicos veterinários respeitados no país , como o Dr Vítor Márcio Ribeiro da ANCLIVEPA de MG, o Dr André Fonseca, da Univerisdade do Mato Grosso do Sul, e o Dr Fábio Nogueira, da UNESP, têm obtido bons resultados no tratamento da Leishmaniose (leia mais sobre os resultados na área de protocolos de tratamento, no nosso site.). O tratamento requer compromisso financeiro e de tempo do proprietário e nem todos os cães reagem da mesma forma. Mas muitos cães já foram tratados e voltaram a ser saudáveis. A jusrisprudência para o tratamento foi estabelecido em MG. Procure um veterinário que conheça a doença e saiba como proceder o tratamento.
* NOTA: Portaria conjunta do Ministério da Saúde e MAPA foi expedida probindo o tratamento da Leishmaniose. O Minsitério Público Federal instaurou inquérito administrativo para apurar ilegalidades na portaria e emitiu recomendação para que esta fosse revogada. Além disso, a organização do Mato Grosso do Sul Abrigo dos Bichos ingressou com uma Ação Civil Pública para garantir o direito de tratamento. Aguarde.
Se um animal infectado é tratado, corre o risco de ser picado pelo mosquito e transmitir para outros cães?
Da mesma forma que pessoas infectadase outros animais, sim, um mosquito pode picar um animal em tratamento e se infectar. Mas isso é evitável tomando-se as precauções já listadas. Por isso é importante que todos os cães- infectados ou não- usem repelentes para evitar a picadas de mosquitos e em todas as casas deve-se tomar medidas para eliminar focos do mosquito palha. Além disso, novos estudos indicam que animais assintomáticos não têm potencial infectante.
Se eu não tenho condições de tratar o animal ou se o tratamento não for indicado, o que posso fazer?
Honre o compromisso de cuidar dele e protegê-lo do sofrimento. Converse com seu veterinário para que uma eutanásia de fato seja realizada. Não deixe que seja levado, cheio de estresse e medo, junto com outros cães, pela “carrocinha”. Não temos a certeza de que a matança lá realizada seja de fato livre de estresse, indolor, precedida por anestésico e individual.
A matança de animais não é a única forma de combater a doença!
Disponível em: http://www.proanima.org.br/
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