Nos humanos, a depressão pode se manifestar de formas diferentes. Os sintomas mais comuns são tristeza, perda de prazer nas atividades do cotidiano, fadiga, mudanças no apetite, entre outros. Essa doença pode ser gerada por uma perda, devido a disputas interpessoais, mudanças na vida ou rotina, etc. E quando é diagnosticada, é logo tratada com antidepressivos e sessões de terapia.
Mas, será que existe depressão canina? Como ela se manifesta? E como tratar?
Os cães têm emoções e, assim como os humanos, podem ter depressão.
Durante muito tempo ignorou-se que o cão podia sofrer de depressão. Qualquer diminuição voluntária de atividade era atribuída ao envelhecimento, ou outro tipo de doença, uma vez que a dor provoca desconforto físico, afetando seu humor e seu estado emocional. Hoje sabemos que há outras causas que podem levar o cão a este quadro. Uma delas pode ser de origem genética.
Mas a causa mais comum da depressão canina pode estar ligada a dois fatores: estresse e ansiedade de separação. O estresse ocorre quando o animal é exposto a situações desagradáveis, seja de forma crônica ou traumática, como um choque emocional, mudança drástica na rotina ou de casa. Um animal atropelado, por exemplo, pode apresentar depressão não só pela dor física, mas também devido ao estresse gerado nessas situações.
Já os cães com ansiedade de separação, podem exibir sinais de grande agitação, como latidos excessivos, cumprimento exagerado quando o dono volta para casa, fazer suas necessidades por toda casa quando estiver só, ou então, exibir os sintomas da depressão. Isto ocorre, pois cães são sociáveis e gostam muito da companhia de outras pessoas, de fazer longos passeios, e interagir com outros animais. Durante toda a sua vida formam vínculos com outros seres. Quando um cão possui, por exemplo, uma relação muito próxima com um membro da família, ele pode ficar ansioso quando subitamente perde o acesso a esta pessoa. Situações como alteração no esquema de trabalho, novo bebê na família, confinamento, ou viagem após um longo período juntos tentem a desencadear a depressão no cão.
Como principais sintomas temos a falta de interesse pelas atividades rotineiras, como comer, beber, passear e brincar, dificuldades em executar funções biológicas, falta de apetite e busca por cantos da casa para se isolar. Um cão depressivo se torna um ser apático, inativo, que não se interessa por nada que o rodeia, manifestando um estado de angústia permanente.
Uma das formas de se tratar a depressão canina é proporcionar ao cão motivação, através de atenção e carinho, dessensibilização e habituação gradual do animal a separação do proprietário e mudanças em geral, enriquecer o ambiente do animal com brinquedos e distrações, e através de exercícios diários. A depressão canina pode ainda ser tratada através de antidepressivos, prescritos por um profissional. O tratamento também pode ser feito através do uso de remédios homeopáticos e Florais de Bach.
Por isso, é imprescindível a qualquer sinal diferente no cão, consultar um médico veterinário de sua confiança para um diagnóstico do caso.
É importante lembrar que uma depressão muitas vezes pode ser evitada quando proporcionamos ao cão, desde cedo, atividades saudáveis e frequentes, e adotando posturas coerentes ao seu bem estar.
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Texto: Isabel Habrich (Adestradora da Cão Cidadão)
Revisão e Edição Final: Alex Candido
Revisão e Edição Final: Alex Candido
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